O papel do mentalismo na produção de sofrimento e seus impactos na psicoterapia
DOI:
https://doi.org/10.18761/vecc1312023Palavras-chave:
mentalismo, culpabilização da vítima, terapia analítico-comportamental, terapias contextuaisResumo
O predomínio de uma visão mentalista em nossa cultura traz algumas implicações, pois ao indicar um componente interno como causa, ocorre como consequência um discurso que culpabiliza o indivíduo produzindo e corroborando segregações pautadas em aspectos socioeconômicos. O Behaviorismo radical é contra esse modelo, tendo uma perspectiva monista e antimentalista e é essa filosofia que guia a Terapia Analítico-comportamental (TAC). Dessa forma, este trabalho tem como objetivo descrever, sob a perspectiva de Holland, as possíveis implicações de práticas mentalistas na produção de sofrimento, quais os impactos
trazidos para a clínica e nosso papel enquanto terapeutas. Para investigar isso, foi utilizado o Procedimento de Interpretação Conceitual de Texto (PICT). Optou-se por utilizar apenas produções de Holland, devido à sua relevância para nossa área. Como resultados temos a seleção de quatro textos que foram escolhidos por falarem diretamente sobre mentalismo, a saber: Behaviorism for a revolutionary Society; Behaviorism: part of the problem or part of the solution; Toward a solution: a rejoinder e Os princípios comportamentais servem para os revolucionários?. A partir das leituras, chegou-se às categorias de “culpabilização da vítima”;
“sistema de privilégios” e “papel do analista do comportamento na clínica” como possíveis consequência do metalismo.