Contra a banalização da crítica skinneriana à democracia
DOI:
https://doi.org/10.18761/JADA0330010Palavras-chave:
democracia, B. F. Skinner, pós-moderno, cultura, utopiaResumo
Ter sido crítico da democracia faz de B. F. Skinner antidemocrático? Essa é uma questão para a qual diferentes intérpretes de sua obra dariam respostas igualmente diferentes. Um exame da perspectiva skinneriana com relação à democracia foi fornecido por J. A. D. Abib, num ensaio de 2015, intitulado “Skinner, democracia e anarquia”. Neste texto, situo o problema da indefinição da posição skinneriana sobre a democracia, descrevo resumidamente o modo como Abib examina e especifica essa posição, e, finalmente, comento seu desafio de imaginar uma democracia “pós-moderna”. Salientando ambiguidades, explorando a polissemia de termos e desfazendo fontes de confusão conceitual, o trabalho de Abib funciona como antídoto à banalização da crítica de Skinner à democracia, tornando obsoletas acusações de alguns de seus adversários, e pavimentando o caminho para uma atualização e complexificação das discussões filosóficas sobre as relações entre democracia e pensamento skinneriano.