Uma abordagem filosófica sobre a noção de sujeito na psicologia de Skinner
DOI:
https://doi.org/10.18761/JADA0330006Palavras-chave:
sujeito, Skinner, análise do comportamento, Abib, filosofiaResumo
Fazendo jus à obra do professor Abib, pretende-se neste ensaio apresentar de forma crítica um de seus textos: O sujeito no labirinto, de 2007. Veremos como a noção de sujeito aparece na obra de Skinner a partir de filosofias e psicologias precursoras do Behaviorismo Radical. A irônica afirmação pós-moderna da morte do sujeito revela, na verdade, uma profunda mudança na ideia que se tem de sujeito. Ao longo de seu texto, Abib descreve questionamentos desde Hume a alguns aspectos da visão metafísica do sujeito e mostra como as filosofias e psicologias modernas já sinalizavam a recusa ao sujeito metafísico, transcendente, substancialista e dualista. Ao percorrer grandes autores, Abib nos presenteia com densas informações e análises surpreendentes, por vezes inusitadas, ao seu estilo. Passa por diferentes noções de sujeito (processo volitivo-afetivo-ideativo em Wundt, fluxo da consciência em James, consciência social em Mead) até chegar a Skinner. Ao final, percebe-se uma coerência da construção moderna do sujeito com a sentença pós-moderna de sua morte. Entendemos, de fato, que aquele sujeito pré-moderno (metafísico, transcendente, substancialista e dualista) sofreu duros golpes e agonizou ao longo da modernidade, até que a pós-modernidade anunciou o seu fim. Contudo, não é o fim do sujeito, mas daquele sujeito pré-moderno. Abib resgata e reconstroi uma noção de sujeito coerente com as propostas dos grandes autores aqui citados, desembocando na psicologia de Skinner: temos um sujeito fenomenal, imanente à experiência, não-substancialista, não-dualista e não-metafísico.