Uma interpretação comportamental sobre a LGBTfobia reproduzida no contexto psicoterapêutico
DOI:
https://doi.org/10.18761/DH10410.ago211Palavras-chave:
LGBTfobia, Clínica psicológica, Análise do ComportamentoResumo
A cultura heteronormativa, que marginaliza e oprime a população LGBTI+, se mantém através de várias práticas sociais, sendo reproduzida em diversas relações sociais. Ao considerarmos que a psicoterapia se constitui em uma relação social e que o próprio terapeuta está também inserido nesta cultura, é possível compreender a ocorrência da LGBTfobia no contexto clínico. O presente trabalho teve como objetivo descrever possíveis variáveis que controlem respostas LGBTfóbicas emitidas por psicoterapeutas. Foi descrito o possível estabelecimento de regras, ao longo da história, enquanto variável para a LGBTfobia, como a classificação da homossexualidade, bissexualidade e transexualidade no DSM III terem contribuído para o fenômeno. Mais além, também é possível compreender o comportamento LGBTfóbico como produto do entrelaçamento de contingências sociais. Nesse sentido, tanto as variáveis históricas quanto o entrelaçamento de contingências sociais podem contribuir para a emissão de comportamentos LGBTfóbicos do terapeuta, tornando a presença de um cliente LGBT um estímulo discriminativo para práticas LGBTfóbicas, além de contribuírem para a ausência de repertório discriminativo para esta violência. Espera-se que futuros trabalhos e estudos possam descrever melhor a ocorrência do preconceito dentro do contexto terapêutico, além de pensar em intervenções que previnam ou promovam mudanças nas variáveis desta violência.