Transformação do significado de palavras sem sentido via relações arbitrárias de comparação com faces alegres
DOI:
https://doi.org/10.18761/PAC.2017.028Palavras-chave:
teoria das molduras relationais, relações de comparação, faces alegres, diferencial semântico, teste de preferência, IRAPResumo
O presente estudo teve como objetivo investigar a transformação de significado de palavras sem sentido via relações de comparação estabelecidas com faces alegres. Adultos foram expostos a um treino em que duas figuras abstratas tinham função de dicas contextuais de comparação, controlando diferencialmente a escolha de diferentes quantidades de objetos. Em seguida, tais figuras foram utilizadas para estabelecer a seguinte rede relacional de comparação envolvendo palavras sem sentido e faces alegres: A < B < FACE ALEGRE < D < E. Depois de estabelecidas as relações arbitrárias de comparação e testadas as relações derivadas (e.g., A < E, E > A), os participantes avaliaram o significado dos estímulos A e E por meio do (a) diferencial semântico, de um (b) teste de preferência e do (c) IRAP. Os resultados do diferencial semântico demonstraram transformação de função dos estímulos A e E em acordo com relações de comparação. Neste instrumento, o estímulo E foi avaliado pelos participantes como mais positivo que o estímulo A, resultado confirmado estatisticamente quando comparado às avaliações do grupo controle. Os testes de preferência, embora tenham variado entre participantes, apresentam uma tendência de evitação do estímulo A e de preferência pelo estímulo E. Diferentemente das medidas anteriores, não foi possível verificar uma diferença clara entre as avaliações dos estímulos A e E por meio do IRAP, sendo ambos avaliados como igualmente positivos em termos de medida implícita. Os resultados observados demonstram que apesar de A ser avaliado como menos alegre do que E, este não foi considerado triste, produzindo a inconsistência observada no IRAP