Sobre dualismo cartesiano e análise do comportamento
DOI:
https://doi.org/10.18761/PAC11818audpPalavras-chave:
Análise do Comportamento, dualismo cartesiano, Behaviorismo Radical, mentalismo, monismoResumo
É notória a incompatibilidade entre o behaviorismo radical, monista, e o dualismo (mente-corpo). A obra de René Descartes (1596-1650) – o cartesianismo – tem sido associada ao dualismo mente-corpo. Essa suposição deriva possivelmente da utilização por Descartes, ao longo de sua obra, de palavras como “mente”, “espírito” e “alma”. É possível encontrar no manual do behaviorismo radical de Baum (1999/1994) asserções sobre tal incompatibilidade. Este artigo apresenta uma análise dos escritos originais de Descartes, com resultados que não demonstraram a priori a incompatibilidade apontada pelos behavioristas radicais, como Baum. Para Descartes, “mente” não é uma entidade imaterial, ou um “homúnculo” autor de ideias, ou um arquivo de conhecimentos e experiências, mas apenas a capacidade de aprender a pensar (comportar-se). O autor descreve a relação mente-corpo como indissociável.