Empatia, diferenciação self-outro e treino de mindfulness
DOI:
https://doi.org/10.18761/trad02982Palavras-chave:
.Resumo
Decety e Lamm argumentam que empatia é a “habilidade de experienciar e entender o que outros sentem sem confusão entre si mesmo e outros” (itálico adicionado; 2006, p. 1146). Identificação excessiva com outros que estejam sofrendo parece levar a sofrimento pessoal e evitação, em vez de preocupação empática. Isso é particularmente problemático para funções que envolvem ajuda ou outras formas de trabalho emocional. Há ainda um potencial paradoxo aqui, já que a empatia parece ser motivada por um sentimento de conexão entre o eu e o outro. Como podemos entender a diferenciação eu-outro de forma que nos permita melhorá la nas organizações? Neste capítulo, apresento uma abordagem contextual, comportamental que explica por que programas de Mindfulness ajudam a melhorar a diferenciação eu-outro. Nós podemos ver o eu e o outro tanto em termos de a) conceitualizações, b) como um fluxo de experiências ou c) como a consciência em si. Responder a conceitualizações sobre o eu e o outro pode ser útil, mas também pode impedir a empatia. A diferenciação eu-outro no nível do conteúdo geralmente cria mais separações e julgamentos do que empatia. Responder no nível da experiência do momento presente é a essência do responder a experiências alheias, mas é aqui que a diferenciação eu-outro é essencial para uma empatia madura e sustentável. No nível da consciência em si, um senso estável de self que está além da ameaça pode ser contatado de maneira a apoiar a empatia. Além disso, em casos raros pode-se experimentar uma sensação de consciência compartilhada que transcende diferenças. O treinamento em Mindfulness parece dar suporte ao desenvolvimento de todos esses três sentidos de tomada de perspectiva, de forma a aumentar a empatia, mas também melhorar os resultados organizacionais em outras áreas, como liderança autêntica.